quarta-feira, 23 de março de 2011

Antes Principe que madeirense enganado


Os cromos, os inertes e as nódoas
Agradeço em primeiro lugar à organização a oportunidade de participar neste evento, o que, em termos de custos de comunicação, evita que tenha de pagar roaming.
Da minha experiência pessoal, a Humanidade tem-se destacado por três categorias de pessoas: os cromos, os inertes e as nódoas.
Começando pelos inertes, que não aquecem nem arrefecem, estes apenas fazem número ou dizem sim aos seus chefes.
Estou a lembrar-me, por exemplo, do Centro de História do Atlântico, que anda a fazer contas de uma dívida de Portugal à Madeira e, curiosamente, se esquece duma dívida do Porto do Funchal (que recebeu fundos comunitários) ao Forte de São José, situado num ponto estratégico para a defesa natural da baía do Funchal e devassado por condutas de gás abusivamente instaladas.
As nódoas são aqueles que, quiçá à busca de promoções, infernizam a vida dos outros para ficarem de bem com os seus chefes, mesmo que só cheguem ao seu local de trabalho depois das onze da manhã. E depois falam da falta de produtividade dos funcionários públicos, seus subordinados.
Chegando, por fim, aos cromos, há dois tipos de cromos, tal como, em economia, a má moeda afasta a boa moeda, também há os bons e os maus cromos, que afastam os primeiros em prol do compadrio e da incompetência.
Os maus cromos são aqueles que não acrescentam valor ao meio em que estão inseridos e daí que só consigam aparecer em revistas cor-de-rosa, vulgo pasquins, ou à imprensa dos grupos económicos que os projectam a troco daquilo que ninguém sabe ao certo.
São ainda maus cromos: aqueles que abusam do seu poder para amedrontar, condicionar, sabotar ou “cortar as pernas” a todos os que poderiam trazer valor acrescentado à Região e a Portugal; ou ainda aqueles que roubam dos verdadeiros empreendedores as oportunidades de negócios que, depois, são direccionadas para as castas económicas dominantes, numa clara violação à igualdade de oportunidade entre cidadãos.
Cromos que, no meu caso, disseram que o Forte de São José não tinha interesse para o Turismo, sendo conveniente não esquecer que o primeiro ponto da globalização portuguesa e ibérica foi, precisamente, o Ilhéu de São José na Pontinha. Por mais que custe a muito boa gente, as Ilhas de Zargo do Padre Eduardo Pereira não as deixam “reescrever” a História, por mais Centros que haja por aí.
Por outro lado, quando o Turismo na Madeira se encontra em recessão, quando os cartazes turísticos (exceptuando o do vinho) mostram-se cada vez mais obsoletos e quando o equilíbrio ambiental na ilha coloca em causa esse “nicho” de mercado (o do turismo ambiental), estar de costas voltadas para o Forte de São José é dar um “tiro nos próprios pés”.
Milhares de turistas que visitam o Forte de São José e o seu miradouro privado ficam espantados quando os pontos oficiais de turismo nada mencionam a respeito do Forte, a primeira porta de entrada turística na cidade do Funchal, por via marítima.
E mais, eu não tenho culpa que o Rei de Portugal tenha vendido o domínio pleno sobre o Forte de São José, de modo a poder, como venho lutando, defender a afirmação do meu território como soberano e independente à luz do direito internacional.
E, em vez das habituais “ciumeiras” de capelinhas (nomeadamente, grupos económicos que dominam esta Ilha e secam tudo à sua volta), os madeirenses que me elegeram como cromo (a quem agradeço) e os demais deveriam pensar que, nesta fase em que o Centro Internacional de Negócios está a ser completamente desprotegido por parte do Ministro das Finanças do País-irmão Portugal, o reconhecimento da independência do Forte de São José poderia constituir uma alternativa “off-shore”, sem dependências ao Estado português, garantindo, assim, não só a manutenção de todos os postos de trabalho mas também a criação de outros.
Perguntem aos vossos políticos regionais porque ignoram esta alternativa e até podem oferecer-lhes o meu cromo como lembrança, em vez de andarem com essas “baboseiras” de abraçar um Palácio colonial, tudo conversa para desviar a vossa atenção do essencial.
Esta classe política está-se borrifando para os problemas das pessoas, apenas quer manter o seu status quo e daqueles que beneficiam dos seus favores.
Para finalizar esta conversa de cromos, nódoas e inertes, falta falar dos cromos bons, aqueles para quem seria mais fácil ficar quieto e nada fazer (como os inertes) em vez de abraçarem causas e acreditarem em prosseguir determinado projecto de vida.
Se Nossa Senhora de Fátima apareceu a 3 analfabetos e a partir daí a Igreja Católica e o Vaticano criaram uma sorvedura de dinheiro dos fiéis, porque razão Nossa Senhora da Conceição não apareceu a um professor de educação visual, como eu, no dia em que decidi tornar-me Príncipe do meu território?
Enquanto uns andam em face oculta (e outros com “testas-de-ferro”), a minha face é bem visível; e daí que seja mais fácil chamar louco a quem dá a cara do que a quem a esconde ou se acobardam na acção dos outros (ou nódoas) de que são mandantes.
Uma palavra final para voltar a agradecer aos madeirenses que votaram no meu cromo, deixando a promessa de não os desiludir, pois continuarei a ser tal como sou, uma alma livre, ainda que penhorado pelo Tribunal.

Sem comentários: